Feira Virtual em Agosto de 1994 no Castelo de Santa Maria da Feira - Fonte: Facebook/Carlos Manaça

Dr. Martens e a subcultura Raver em Portugal

Era uma noite quente de Agosto de 1994 e a Rua Direita em Santa Maria da Feira estava lotada de gente. Eu, ainda um garoto, vi-me na necessidade de questionar o meu Pai sobre o que se estava a passar. Respondeu-me que aquela gente estava toda ali por causa da Rave no Castelo.

Sabia o que era o castelo mas não sabia o que era uma Rave, pois era algo novo para a nossa realidade. Talvez em Inglaterra, ou pelo Sul de Espanha já estivessem mais familiarizados com o conceito, mas em Santa Maria da Feira era semelhante a ter aterrado uma nave espacial na baixa. Acontecia nessa noite de Agosto aquela que foi caracterizada num post na rede social Facebook por Carlos Manaça como a primeira rave "a sério" em Portugal, que contava com um line up de luxo, com Danny Tenaglia, Jaydee, Rob Di Stefano, Doctor J aka Rui da Silva, Luís Leite, DJ Vibe aka Tó Pereira, Ruizinho, The Ozone entre outros. 

Se quiserem saber um pouco mais sobre os primórdios da Dance Music em Portugal façam o favor de ler os artigos “Uma pequena história da música electrónica de dança em Portugal (parte I)”  e “Uma pequena história da música electrónica de dança em Portugal (parte II)”  de Gabriel Oliveira Feitor publicados no site da Comunidade Cultura e Arte. 

A cena Rave não só tinha chegado a Portugal como trazia consigo muitas influências de Inglaterra em termos de música e estilo. Uma dessas referências eram as botas da Dr. Martens, com especial destaque para a 1460, um ícone das Raves dos anos 90, adotada pelos Portugueses como calçado “oficial” não só na subcultura ligada à Dance Music como em outras subculturas. Ainda hoje, 19 anos mais tarde, a Dr. Martens é uma referência multi-generacional no mercado Português.

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